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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Diversidade intraespecífica e diversidade interespecífica

A diversidade animal revela-se também em aspectos como dimorfismo sexual, diferenças no desenvolvimento e diferenças individuais, os quais ocorrem dentro de uma mesma espécie, enquanto variações em tamanho, morfologia, fisiologia, simetria, habitats colonizados, etc., são maiores entre espécies.

Diversidade intraespecífica:
Dimorfismo sexual - as diferenças entre os genitores podem ser claras, como em certos besouros, certas aves e alguns peixes ou não tão claras, ao menos externamente nos quais é difícil distinguir o macho da fêmea, a exemplo do que ocorre nos ouriços do mar.

Diferenças no desenvolvimento - uma forma jovem pode ser completamente diferente da adulta, como por exemplo girino e sapo, lagarta e borboleta, estádios larvais de muitos animais marinhos adultos.

Diferenças individuais - devido ao patrimônio genético de cada indivíduo são encontradas diferenças em tamanho, cor, forma, comportamento, particularidades exploradas pelo homem no desenvolvimento de variedades de animais domesticados.

Diversidade interespecífica:

Tamanho - a ordem de grandeza é notável entre baleias e animais microscópicos que habitam os espaços entre grãos de areia.

Morfologia - diferenças na organização são encontradas não apenas na forma externa, mas também na forma interna. Nos insetos, por exemplo, a maior parte do sistema nervoso é ventral em relação ao tubo digestivo, enquanto que a relação é invertida nos vertebrados.

Fisiologia - as diferenças nas formas exigiram atividades diferentes, por exemplo, nos modos de locomoção e ingestão de alimentos.

Simetria - é a divisão imaginária do corpo de um ser em metades opostas, que devem ser simétricas entre si; basicamente os elementos de simetria são eixos e planos. Eixo é uma reta que atravessa o centro do corpo, de tal modo que ao longo desta reta as partes do corpo se repetem.
Plano é a superfície que divide o corpo em partes de tal modo que uma é a imagem especular da outra.
A maioria de animais e protozoários possui algum tipo de simetria e a mais simples é a

simetria esférica, rara na natureza, existente apenas em certos protozoários. Nela a forma apresentada é de uma esfera, com suas partes organizadas concentricamente ao redor de um ponto central. Uma esfera tem um número indefinido de planos de simetria que podem passar pelo seu centro e dividir o organismo em metades iguais.
Os protozoários com simetria esférica compartilham um importante atributo funcional com organismos assimétricos: em ambos falta polaridade. Em todos os outros tipos de simetria algum nível de polaridade foi atingido, a qual vem acompanhada de especializações nas regiões do corpo.
Um corpo exibindo simetria radial tem a forma de um cilindro, em cuja intersecção dos vários planos de simetria, dispostos radialmente, há um eixo oral-aboral. Modificações existem neste plano básico, sendo exemplos as simetrias birradiais, tetra, penta, ou multirradiais. A simetria birradial ocorre em partes especializadas do corpo e apenas dois planos podem dividir o animal em metades similares. As anêmonas do mar e os ctenóforos a exemplificam. A simetria tetrarradial existe em muitas água-vivas, enquanto a maioria das estrelas-do-mar têm simetria pentarradial, mas são conhecidas outras com vários braços, portanto com simetria multirradial.
Na simetria bilateral, presente dos platelmintos aos vertebrados, existe apenas um plano de simetria - sagital ou mediano - que divide o corpo do animal em duas metades, lado direito e lado esquerdo, sendo uma a imagem especular da outra. O plano frontal divide o corpo em duas regiões, dorsal e ventral, portanto diferentes entre si. Os eixos são o dorso-ventral e o antero-posterior.
Modificações desta simetria existem em certos grupos de animais, por exemplo o enrolamento da concha de alguns moluscos, resultante do deslocamento de certas parte do corpo e em outros grupos de animais devido ao hábito de fixar-se ao substrato, geralmente pela superfície ventral, ou ainda causada pelo desenvolvimento desigual de certas estruturas pareadas.

Hábitats - a diversidade animal também é expressa na variedade de hábitats que os animais ocupam; geralmente acredita-se que os animais tenham se originado nos oceanos arqueozóicos, bem antes do primeiro registro fóssil. Todo filo importante de animais tem pelo menos alguns representantes marinhos e do ambiente marinho ancestral grupos diferentes invadiram a água doce, enquanto outros moveram-se para a terra. Cada hábitat diferente - floresta, oceano, deserto, lago, contém sua diversidade animal característica.

Caracterização dos ambientes e distribuição ecológica dos animais.
Um estudo detalhado revela que todo organismo enfrenta as mesmas necessidades fundamentais de sobrevivência e os mesmos problemas de alimentação para obter energia, ocupação de espaço vital e produção de novas gerações. Na solução destes problemas os organismos se diferenciaram em inúmeras formas, adaptadas à vida de ambientes particulares.
A distribuição dos animais é limitada pela existência de ambientes adequados à sua vida e estando o ambiente sujeito às alterações naturais ou artificiais eles buscam novos locais para habitarem. A disponibilidade de alimento é fator muito importante na distribuição dos animais, assim como temperatura, água, competidores naturais, predadores, entre outros.

Ambientes marinhos, estuários e manguezais:
Comparando com a água doce e a terra, o ambiente marinho é relativamente uniforme, o oxigênio geralmente é disponível e a salinidade do mar aberto é relativamente constante.
A maioria dos animais que vivem no oceano é esteno-hialina, isto é, não suportam variações bruscas de salinidade.
As estratégias de sobrevivência são variadas e inúmeras as adaptações dos organismos marinhos, particularmente daqueles que vivem na fronteira entre terra e água e os animais das regiões batipelágicas, onde impera a escuridão. Os animais que habitam permanentemente esta zona são carnívoros ou consumidores de detritos e os que vivem na zona do entremarés suportam longos períodos de exposição à dessecação.
Os ambientes estuarinos incluem fozes de rios, deltas circundantes, pântanos costeiros, pequenas enseadas e são geralmente afetados por marés, de onde se origina a palavra estuário (do latim aestus=maré). Já os manguezais são ambientes estuarinos especiais, caracterizados por apresentarem densa vegetação de plantas que vivem em condições salinas, deniminadas mangues.
A salinidade flutuante em muitos estuários restringe a fauna estuarina, característica destes ambientes, e apenas invasores marinhos eurihalinos e poucas espécies de água doce podem tolerar essa condição.

Ambientes dulciaqüícolas ou límnicos:
Como os ambientes marinhos, os ambiente dulciaqüícolas, particularmente lagos e rios, também apresentam um zoneamento horizontal e vertical, mas seus menores tamanhos, suas profundidades relativamente mais rasas e o conteúdo de água doce os tornam ecologicamente diferentes dos oceanos.
Ao contrário da água salgada que se torna progressivamente mais densa em temperaturas reduzidas, a água doce alcança a sua maior densidade a 4º C. Ocorre pouca circulação entre os níveis superior e inferior, de forma que a zona do fundo não é somente escura, mas também é relativamente estagnada por falta de oxigênio, sustentando uma fauna limitada.
Os animais que habitam a água doce apresentam diversas adaptações, entre as quais destacamos a supressão do estádio larval, a qual é realizada de várias formas. É freqüente que fêmeas produzam grandes ovos de desenvolvimento direto que elas guardam até a eclosão. Em outros casos, os ovos são colocados em casulos, fixos em corpos estranhos ou são meio enterrados no sedimento.
A água pode congelar, ou desaparecer por evaporação, em conseqüência disto há uma série de adaptações que permitem a sobrevivência da fauna, a exemplo de gêmulas de esponjas, cisto ovígero de planárias, ovos de hidras.
Os diversos ambientes límnicos diferem entre si pela quantidade de água e pela movimentaçao (águas lênticas são paradas e águas lóticas são correntes). Entre as diversas fácies dos ambientes límnicos - lagos, rios, fontes, açudes, poços, entre outros, há também miniaturas de aquários que se formam nas bromélias, plantas epífitas comuns em nossa região e abrigam uma fauna especial.

Ambientes terrestres:
Os ambientes terrestres são extremamente variados e suas condições físicas muito menos estáveis do que nos ambientes aquáticos. Cada um deles é caracterizado por um conjunto de fatores ecológicos, como solo, clima, geomorfologia e também bióticos, que permitiu a colonização por flora e fauna particulares. Os principais tipos de ecossistemas dependem principalmente de fatores climáticos, como temperatura, luz e precipitação, além dos fatores edáficos, textura do solo, teor de nutrientes e capacidade de armazenar água, permitindo que haja uma variação periódica regular: sazonal e diária. (Fonseca & Brazil, 1998).
O problema mais crítico para os animais terrestres é a perda de água pela evaporação. A solução para este problema tem sido um fator primário na evolução de muitas adaptações para a vida na terra. Para maiores informações consulte Ambientes Terrestres no site do Projeto Qualibio.

Ambientes biológicos:
Os próprios seres vivos servem de meio para outros organismos, constituindo assim um tipo especial de ambiente, conhecido como meio biológico. Muitos organismos vivem no interior ou na superfície de outros em associações íntimas, conjuntamente chamadas de simbiose (sim=juntos; bio=vida). Para alguns simbiontes, a associação com o seu hospedeiro é imprescindível para sua sobrevivência (associação obrigatória), mas para outros a associação, apesar de melhorar a condição de vida, não é obrigatória (associação facultativa). (Madeira, 1998, site do Projeto Qualibio).

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