Total de visualizações de página

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Funcionamento dos sistemas circulatórios, respiratório, digestório e excretor nos diferentes grupos animais

CIRCULAÇÃO E RESPIRAÇÃO


Nos animais, o sistema circulatório tem a função de garantir a distribuição do sangue em todo o organismo. Com a circulação, são transportados, às células, os produtos da digestão e o oxigênio introduzido com a respiração. Além de transportar os gases, calor e os nutrientes para os tecidos, ela mantém o equilíbrio hidrossalino para a manuntenção da vida das células, distribui hormônios para diversas parte do corpo e transfere os produtos finais da digestão para os órgãos excretores. Nos animais, o principal veículo de circulação interna é o sangue.
As substâncias conhecidas como transportadoras de oxigênio no sangue são proteínas que contêm um metal (comumente ferro ou cobre). Normalmente elas são coloridas e, por isso, são freqüentemente chamadas de pigmentos respiratórios.
Para o funcionamento da circulação sanguínea a presença de uma bomba, em condições de colocar o sangue em circulação, é de fundamental importância. A função de bomba é desenvolvida pelo coração, um órgão central do aparelho circulatório. Nos animais inferiores, o coração é simples, aumentando a complexidade estrutural e funcional de acordo com a progressão da escala zoológica. Nos invertebrados mais simples a circulação ocorre por difusão: a substância necessária ao organismo e as que devem ser eliminadas passam através da membrana que envolve o corpo do animal.
O sistema circulatório, nos diversos organismos, pode ser aberto ou fechado.
O sistema aberto é tipico de muitos invertebrados, os quais a maioria tem o sistema circulatório bem desenvolvido, a exemplo dos moluscos, anelídeos, equinodermos e artrópodos. No sistema aberto, o ciclo não é completo, pois existem interrupções nos vasos sanguíneos fazendo com que o sangue flua mais ou menos livre entre os tecidos antes de retornar ao coração, de onde o sangue inicialmente foi bombeado. Isto significa que o sangue (hemolinfa) não segue um caminho claramente definido, mas é distribuído diretamente nas células nas quais ele entra em contato.
Nos vertebrados, entre eles o homem, o sistema circulatório é do tipo fechado, formado de um circuito vascular completo, com um sistema de distribuição, um sistema capilar, e um sistema de recolhimento. Este tipo de sistema circulatório é chamado de fechado porque o sangue permanece dentro dos vasos, sem sair, e o sangue realiza trocas através das paredes dos capilares.


Pigmentos respiratórios comuns e exemplos de sua ocorrência nos animais.

Hemoglobina: Proteína com porfirína ferrica, transportada em solução ou em células; pigmento mais amplamente distribuido.
Ocorrencia no animais:
Vertebrados: quase todos;
Equinodermos: pepino do mar;
Moluscos: planorbis, bivalve (tivela);
Artrópodes: insetos (chironomus, gastrophilos); crustáceos ( daphinia, artemia);
Anelídeos: lumbricus, tubiflex, arenícola spirorbis;
Nematóides: áscaris;
Platemintos: trematodos parasitas;
Protozoários: paramécio, tetrahymena.

Hemoeritrina: proteina que contem ferro, transportada sempre em células, estrutura não porfirínica.
Ocorrencia nos animais:
Sipunculídeos, todas as espécies examinadas;
Poliquetas: magelona;
Priapulidas: halicryptus, priapulos;
Braquilópodes: língula;

Hemocianina: proteina que contem cobre, transportada em solução.
Ocorrencia nos animais:
Moluscos: (não lamelibrânqulos);
Artrópodes: caranguejos, lagostas;
Aracnomorfos: limulus, euscorpios;

Clorocruorina: proteina com porfirina férrica, transportada em solução.
Ocorrencia nos animais: restrito a quatro familias de poliquetos: sabelidae, serpulidae, chlorhaemidae, ampharetidae.


SISTEMA CIRCULATÓRIO ABERTO E FECHADO


Circulação dos Invertebrados
Anelídeos
O sistema circulatório dos anelídeos é fechado e, geralmente, possue pigmento respiratório dissolvido no plasma, que pode ser a hemoglobina ou hemeritrina.
Na Lumbricus, minhoca, a superfície do corpo contém muitos capilares e esta superfície corpórea faz o papel de órgão respiratório. O sistema circulatório deste animal é composto por dois vasos longitudinais, sendo um vaso dorsal e um ventral. No vaso dorsal, o sangue é bombeado para parte anterior; e o ventral, o fluxo vai para o lado oposto ao vaso dorsal. O cordão nervoso de muitos anelídeos possuem vasos longitudinais adicionais e sangue oxigenado do tegumento é mandado para o cordão nervoso ventral. Os anelídeos possuem vários vasos sanguíneos com dilatações contráteis. Os vaso dorsal é contrátil e, através de ondas peristálticas, ele impulsiona o fluxo na direção anterior, e a conexão entre o vaso dorsal principal com o vaso longitudinal ventral principal é feita por vasos sanguíneos que servem como corações acessórios.
A minhoca gigante (Glossoscolex giganteus), que é encontrada nas regiões tropicais e subtropicais do Brasil, é o maior animal terrestre conhecido e desprovido de órgãos respiratórios especializados, mas possuem um sistema circulatório altamente especializado, e o sangue desse animal contém hemoglobina com grande  afinidade pelo oxigênio. Devido a combinação com órgãos circulatórios altamente especializados, o animal obtém oxigênio suficiente utilizando apenas a pele como órgão respiratório.
O vaso sanguíneo dorsal da minhoca gigante contrai-se, aproximadamente, 6 a 8 vezes por minuto, elevando, assim, a pressão sistólica para quase 20 mmHg (2,7 kPa). Em conseqüência das contrações, tem-se o enchimento de 5 pares de corações laterais segmentares na parte dianteira do animal. Esses, por sua vez, contraem-se e fazem a pressão no vaso ventral subir até 75 mmHg (10kPa) (Jonhansen e Martin, 1965).
Equinodermos
A exemplo da estrela-do-mar, ouriço-do-mar e pepinos-do-mar, os equinodermos têm três sistemas preechidos por fl uidos: sistema celômico, o sangue ou sistema hemal e o sistema vascular aqüífero.
Entre a parede do corpo e o trato digestivo de um equinoderme encontra-se um grande celoma preenchido com fluido celômico que parece ser importante no transporte de nutrientes entre o trato digestivo e outras partes do corpo (Farmanfarmaian e Philips, 1962).
O fl uido do sistema sanguíneo ou hemal dos equinodermes é separado e, em alguns pepinos-do-mar, que contém hemoglobina. A hemoglobina da Cucumaria tem uma afi nidade muito grande pelo oxigênio porque eles vivem em ambientes lamancentos, deficientes em oxigênio.
Não é muito clara a relação entre o sistema hemal e o celômico, assim como o papel do sistema hemal na respiração e o suprimento de oxigênio para o animal.
O sistema vascular aqüífero funciona pricipalmente na locomoção. É um sistema hidráulico utilizado no movimento dos pés e é preenchido com um líquido semelhante à água do mar. Este sistema é o mais bem compreendido entre os três sistemas dos equinodermes.
Moluscos
Os moluscos possuem sistema circulatório aberto, com exceção do polvo e da lula. A hemoglobina está presente no sangue de poucos moluscos, e a grande maioria possui hemocianina. O coração deles é bem desenvolvido, através do qual passa o sangue, que é distribuído em um sistema lacunar. O coração manda o sangue oxigenado, que passa pelas brânquias em direção aos órgãos e o batimento cardíaco se ajusta de acordo com as necessidades fisiológicas de oxigênio. Quando ocorre crescente retorno venoso saguíneo para o coração, existe um aumento na amplitude e na freqüência do batimento cardíaco. O coração dos moluscos continua a bater quando é isolado do sistema nervoso, mas ele está sob a infl uência de neurossecreções,
acetilcolina e serotonina, que modifi cam o batimento cardíaco.
O movimento ativo do pé do vôngole está baseado no uso do sangue como um fluido hidráulico. Existem válvulas que controlam grandes seios sanguíneos no pé e estas válvulas no tamanho e nos movimentos do pé,
Os cefalópodes (Cephalopoda), polvo e lula, possuem um sistema circulatório fechado que compreende um sistema de vasos, artérias e redes capilares distintas, que promove uma pressão e uma eficienciae maior do fluxo sanguíneo que, favorece as trocas gasosas nas brânquias e a função renal. Assim como nos vertebrados, as artérias do polvo e da lula se distendem durante a sístole e serve como reservatório elástico durante a diástole, pois mantêm a pressão sanguínea e suaviza o fluxo sanguíneo pulsátil proveniente do coração.
Nos moluscos cefalópodes o sangue permanece separado do fluido intersticial, ao contrário dos moluscos não cefalópode os quais possuem sistema circulatório aberto, o sangue não é separado do fluido intersticial, e flui livremente através do espaço extracelular.
Insetos
O sistema sanguíneo dos insetos é aberto, dificilmente a pressão sanguínea excede a pressão tecidual e o sangue não tem função na respiração.
Nos insetos, o sangue contém hemolinfa e tem, principalmente, a função nutritiva e de transporte de hormônios. Em alguns insetos, a circulação sanguínea é essencial na distribuição de calor, e principalmente, na regulação da perda de calor nos insetos voadores. Esses animais possuem um vaso sanguíneo principal ao longo do lado dorsal que se ramifica até a cabeça e tem uma parte posterior que funciona como um “coração” que possuem aberturas com válvulas por onde o sangue entra. Na parte anterior do vaso
sanguíneo, “aorta”, é contrátil e o sangue é impulsionado na direção anterior.
Além do coração e do vaso dorsal, muitos insetos possuem corações acessórios, com contrações independentes dos coração dorsal e com a com função de bomba, que serve, particularmente, para manter a circulação das asas, pernas e antenas. O fluxo sanguíneo nas asas é auxiliado por orgãos pulsáteis no interior delas, localizados nos canais que conduzem o sangue de volta para o corpo Thomsen (1938).
Em muitos insetos , membranas longitudinais dão alguma direção ao sangue que flui entre os tecidos. Nas antenas e nos membros, o sangue pode entrar de um lado e sair do outro. Dessa forma, o sangue é conduzido para certos trajetos, apesar de não fluir em vasos isolados.
As pernas dos insetos são apêndices importantes e, em muitos insetos, os corações estão presentes, nesses apêndices, para auxiliar na circulação sanguínea.
É por sucção que ocorre o enchimento do coração dorsal de um inseto. Os músculos aliformes são os responsáveis por esse enchimento, porque quando eles se contraem o coração, através dos óstios, puxa o sangue para dentro dele e a contração seguinte do coração impulsiona o sangue em direção à cabeça.

Aracnídeos
As aranhas e os escorpiões possuem um sistema circulatório muito semelhante ao dos insetos, porém, ao contrário dos insetos, este pode está relacionado com a respiração. Alguns escorpiões possuem hemocianina no sangue e os órgãos respiratórios deles e das aranhas defi nidos perfundidos por sangue.
O coração dos aracnídeos, que está localizado dorsalmente no abdome, se enche através dos óstios e se esvazia no interior das artérias. As pernas das aranhas não possuem músculos extensores, por isso a pressão sanguínea, nesses apêndices, é relativamente alta, pois o sangue é utilizado como ffluido hidráulico para a extensão das pernas.
Crustáceos
A maioria dos crustáceos possui o sistema circulatório do tipo fechado, normalmente, com um coração dorsal ao interno de uma cavidade pericárdica, e um sistema de vasos mais ou menos desenvolvido e o sangue entra no coração através de óstios. O coração varia como uma forma de um tubo longo a uma vesicula esférica. Normalmente, existem duas artérias: a principal, que sai do coração para parte anterior; e outra, que vai na direção posterior. Os pequenos crustáceos, a maior parte deles, não possui coração, a exemplo dos copépodos e cirripideos.
Nos grandes crustáceos, os decápodas, o sistema circulatório é bem desenvolvido e a hemocianina está presente como pigmento respiratório e o coração, localizado num seio pericárdico, é suprido diretamente com sangue oxigenado e bombeado para os tecidos. O sangue deixa os vasos, à medida que as artérias se ramificam, e flui entre os tecidos para um sistema de seios ventrais. Em seguida, o sangue  flui  para as brânquias, onde é oxigenado, e depois por meio de vasos distintos retorna ao coração. Ao contrário dos peixes que o coração recebe sangue venoso desoxigenado, que, então, é bombeado para as brânquias e para os tecidos.
A circulação dos crustáceos se diferencia da dos insetos por causa das brânquias, por isso eles possuem uma circulação bem definida.

Um comentário:

  1. Ola professor... gostei do conteúdo, mas é muito difícil... tem certeza q quer cobrar isso na prova hj??? Olha q talvez não seja uma boa idéia... rsrsrrsrsrs...

    ResponderExcluir